Quando decidi fazer minha segunda licenciatura EAD, eu tinha exatamente as mesmas dúvidas que você provavelmente tem agora.
Será que eu daria conta de estudar? Conseguiria equilibrar a escola, a casa, o trabalho e ainda abrir o Ambiente Virtual à noite?
Eu já conhecia a rotina escolar: reuniões inesperadas, demandas que brotam de todos os lados, planejamentos que ficam para depois. Ainda assim, eu sabia que, se eu não estudasse, minha carreira simplesmente estacionaria.
Foi nesse contexto que entendi uma verdade que quase ninguém fala com clareza: a segunda licenciatura EAD não exige genialidade. Exige método.
É exatamente esse método que eu quero compartilhar aqui. Vou te mostrar como encaixei o curso na minha rotina, como evitei a desistência e como você também consegue concluir a segunda licenciatura EAD mesmo vivendo o caos da escola.
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Por que a segunda licenciatura EAD virou uma estratégia inteligente
A escola mudou, o mercado de trabalho mudou e as exigências aumentaram. Ter apenas uma habilitação deixou de ser suficiente para garantir flexibilidade.
Com uma segunda licenciatura EAD, você amplia sua área de atuação e cria rotas de fuga caso precise migrar de disciplina, além de se tornar mais competitiva em processos seletivos.
Mas entender a importância não resolve o problema central: o tempo. Encaixar o curso numa rotina já sobrecarregada parece impossível.
E é exatamente por isso que você precisa de organização voltada para a vida real, não para a ideia romântica de agendas perfeitas e dias “mais tranquilos”.
O primeiro passo é aceitar que sua rotina não vai “abrir espaço” sozinha
Existe uma ilusão recorrente entre professores: “Quando a escola acalmar, eu começo a estudar.” A realidade é que a escola não acalma.
Sempre haverá um aluno que precisa de apoio, uma turma que exige mais energia ou uma reunião que ocupa o único intervalo do dia.
Se você espera que a rotina te permita estudar, nunca vai iniciar a segunda licenciatura EAD. A mudança precisa vir antes: o curso deve entrar na sua agenda como compromisso tão sério quanto uma aula. Nada funciona antes dessa decisão.
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Como montar uma rotina realista para estudar EAD sendo professora
A rotina ideal não existe. O que existe é um arranjo funcional, imperfeito, porém consistente.
Ao longo do processo, aprendi que definir três dias fixos para estudo funciona infinitamente melhor do que tentar estudar todos os dias. Três dias bem escolhidos, mesmo que curtos, mantêm sua constância muito mais do que promessas irreais.
Eu mesma estabeleci dias específicos da semana para abrir o AVA, e, nesses dias, não negociava. Mesmo que eu estudasse apenas quarenta minutos, aquilo já contava como vitória — e isso sustenta o avanço.
Outra mudança importante foi abandonar a ideia de estudar por horas e adotar o ritmo por módulos. Quando você promete duas horas de estudo, qualquer interrupção vira frustração. Quando você promete concluir um módulo por semana, seu cérebro entende o objetivo com clareza e reage melhor.
Para entrar no ritmo, criei também uma pequena “rotina de entrada”. Nada elaborado. Eu apenas ligava o notebook, colocava um copo de água ao lado, abria o módulo do dia e anotava três metas rápidas.
Esse gesto simples quebrava o gelo mental da procrastinação. Eu já tinha começado, e isso mudava tudo.
Com o tempo, descobri que estudar antes das demandas da escola era uma virada de chave. Se eu deixava o curso para depois de corrigir provas ou responder mensagens, nunca acontecia.
A escola consome você inteira. Então, nos meus dias de estudo, eu seguia uma ordem inegociável: curso primeiro, escola depois. Essa inversão me devolveu o controle da rotina.
E mesmo quando o dia parecia curto, eu aproveitava intervalos pequenos. Quinze minutos antes de entrar na sala, dez minutos enquanto o almoço terminava, o tempo entre uma reunião e outra.
Eram microavanços valiosos: ler um PDF, responder um fórum, finalizar uma atividade curta. O que parecia mínimo se acumulava de forma poderosa ao longo da semana.
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Como evitar o abandono — o maior risco do EAD
A desistência na segunda licenciatura EAD não acontece por falta de capacidade. Acontece por falta de método.
Duas semanas sem entrar no AVA costumam ser o ponto de virada: você perde o ritmo, o retorno fica emocionalmente pesado e o curso começa a parecer distante. Por isso, mesmo em dias complicados, eu abria o sistema — nem que fosse só para olhar.
Outra barreira real é o barulho. Se você precisa de silêncio absoluto para estudar, vai abandonar rápido.
Eu precisei criar alternativas: fones de ouvido, estudar na escola nos horários livres, usar a biblioteca ou até parar o carro num estacionamento por trinta minutos antes de ir para casa. O importante é tirar o estudo da disputa desigual com a rotina doméstica.
Aprendi também a não deixar atividades longas se acumularem. Quando você deixa tudo para o final do módulo, cria um peso psicológico que só dificulta o processo. As tarefas maiores devem ser feitas logo no início.
E, por último, é essencial avisar a família que você está estudando. Parece simples, mas dizer “terça, quinta e sábado são meus dias de estudo” cria limites que protegem o seu tempo.
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Como escolher uma instituição que não vai complicar sua vida
A segunda licenciatura EAD só é possível quando o curso foi pensado para adultos que trabalham.
Por isso, priorizei instituições com Ambiente Virtual leve, disciplinas modulares e suporte rápido. Evitei modelos semestrais muito pesados e instituições que acumulam atividades gigantescas.
Também conferi o que realmente importa: credenciamento no MEC, autorização da licenciatura e avaliações atualizadas. Nada disso substitui o seu esforço, mas evita dores de cabeça que você não precisa enfrentar.
No fim das contas, curso bom é curso que você consegue concluir.
Quanto tempo realmente leva para concluir a segunda licenciatura EAD
Esqueça promessas milagrosas. Os prazos reais dependem mais da constância do aluno do que da instituição.
A maior parte das pessoas conclui em torno de doze meses. Quem trabalha em duas escolas ou tem rotina pesada costuma precisar de até dezoito. É possível concluir em seis a dez meses?
Sim — quando o curso é realmente modular e a rotina permite disciplina constante. Mas isso não é a média, e sim a exceção.
Vantagens reais da segunda licenciatura EAD
A maior vantagem da segunda licenciatura EAD é a flexibilidade profissional. Você pode migrar de disciplina, atuar em diferentes segmentos e se reposicionar em seleções com mais tranquilidade.
Essa ampliação imediata de possibilidades melhora sua segurança, sua empregabilidade e, em muitos casos, sua valorização curricular.
Instituições costumam olhar com bons olhos professores que investem em ampliar sua formação. Não é estranho receber mais convites, mais oportunidades e até mais confiança quando sua formação se expande.
Desvantagens que você precisa considerar antes de iniciar
É preciso ser honesta. Você vai estudar cansada, porque a escola não vai aliviar suas demandas para que você conclua o curso.
Existe risco de sobrecarga se você não controlar o ritmo, e alguns AVAs são tão pesados que desmotivam. Em alguns momentos, você vai precisar de força mental para continuar, especialmente nos dias em que tudo parece acumulado.
A segunda licenciatura EAD não resolve sua vida — ela melhora sua carreira. Mas isso só acontece se você persistir.
O que muda profissionalmente depois do diploma
Depois que concluí minha segunda licenciatura EAD, percebi mudanças reais. A possibilidade de assumir novas turmas abriu caminhos.
Passei a concorrer em seleções que antes não estavam ao meu alcance e aumentei minha pontuação em processos internos. Também consegui negociar melhor carga horária e me senti mais preparada para transitar entre áreas dentro da escola.
Quanto maior sua flexibilidade, maior sua empregabilidade — e a segunda licenciatura EAD entrega exatamente isso.
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Conclusão: Sim, dá para dar conta — se você estruturar seu método
Eu sempre digo que fazer uma segunda licenciatura EAD não é uma corrida de velocidade. É resistência. É estratégia.
É saber estudar cansada sem perder o propósito. Quando você organiza sua rotina, respeita seus limites e constrói constância, o curso deixa de ser um peso e se transforma em evolução.
Com método, conclui a formação e abre portas que antes estavam fechadas.
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